Hoje é um dia bem especial. Para mim, a véspera de
Natal acaba tendo um sentido maior. Mas não por motivos religiosos, que também são bem vindos. Na verdade,
me evocam muitas lembranças. E mais ainda, me alegra muito mais todo o preparativo do que propriamente a noite natalina.
Todo aquele cheiro que inunda a cozinha. O forno, o
cravo, o melado no tender. A canela com açúcar da rabanada. Tradição que busco
manter. Me dá um trabalho danado. Sempre tem alguém que chega com uma receita
mais prática. Confesso que fico tentada já que fritar uma por uma, 40, 50
rabanadas, não é fácil.
Mas insisto. Me invadem lembranças daqueles que já não
estão mais aqui. E do quanto curtiam esse dia lá em casa. Pois eu curtia muito
mais toda aquela profusão de cheiros, e hoje também a invasão das memórias.
Tenho a sensação de que posso ficar o dia todo na
cozinha e que a sua alquimia me trará as melhores sensações. E de fato trazem.
Não preciso de mais nada. Da festa, dos presentes, posso ficar somente aqui. Já
estou feliz.
Cozinhar para mim é como maternar. Talvez seja porque vivi a
maternidade como a sensação mais sublime. E cozinhar, dar de comer, dar de mamar,
dar “de mamãe”, cuidar, produzir afetos, lembranças, sabores. Desejo que meu
filho tenha no futuro a lembrança de uma mãe que cozinha. E que isso possa lhe
fazer algum sentido.
Os últimos Natais já não têm sido como antes. E então
busco dar a meu filho um pouco dessa sensação. A de construir uma memória que
ele leve também para sua vida, assim como construí muitas das minhas.
E as dos Natais em família levarei para sempre. Um
sonho sempre foi passar o Natal em NYC. Em 2012, por sugestão de alguns blogs,
evitamos as datas mais próximas do Natal propriamente dito, já que Manhattan
acaba ficando intransitável. Daí resolvemos ir no início de dezembro pois toda
a cidade já está linda. Do jeito que sempre sonhei.
Os parques ficam muito animados mesmo com um frio
congelante. Esse ano tem neve. Ainda não dei essa sorte. Existe algo mais
apropriado do que Natal com neve? Mas o capricho com que a decoração de Natal é
feita é de chorar.
A árvore do Rockfeller Center, super disputada, é um
encanto inesquecível.
E as vitrines? Lindas, em algumas fazem até fila. Como
na Sacks. A da Macy’s, também maravilhosa.
Uma boa opção para fugir do tumulto que fica na Quinta
avenida, é circular pela Sexta. E ali, como existem muitos prédios de empresas,
bancos, somos presenteados com uma linda decoração. Radio
City, Chase, O Hilton, etc.
Desejo a todos um Natal verdadeiramente de Luz. Que
possamos dar valor ao que realmente tem valor. E que a data nos possibilite de
fato nascer, renascer, voltarmo-nos para o novo.
Ofereço essa postagem às minhas crianças, Lucas,
sempre; mas também à princesa Isabela e ao pequeno Henrique, que ontem à tarde
pode me proporcionar a memória da maior da sensações que já vivi nessa vida. A
sensação de maternar.
Deliciem-se amigos, é Natal, vamos compartilhar.