Em março de 2010 fomos a Buenos Aires.
A idéia inicial era passar 4 dias em Santiago, no Chile e mais 4 em Buenos
Aires. No entanto, um terremoto recente no Chile, de proporções importantes
adiou esse desejo e resolvemos aumentar Buenos Aires para seis dias.
Foi um grande acerto. Na verdade,
sempre que penso em viajar, meu desejo é de ficar mais dias em menos lugares.
Gosto de andar mais devagar pela cidade, visitando lugares frequentados por
seus moradores. Não gosto de correr, acordar cedo, fazer roteiros do tipo “bate
e volta“.
Quero tentar me apropriar da sensação
de viver ali, se isso for possível. Poder conversar, sentar para almoçar sem
pressa. Quando fomos a Europa em 2000, nossa única viagem à Europa, snif, snif,
ficamos 28 dias em dois países. Poderíamos ter percorrido vários, mas a idéia
era justamente essa, a de uma apropriação verdadeira, dessas que retém uma memória
afetiva que levamos para toda a vida.
E assim vamos construindo nossas
viagens, sem nenhum sofrimento por aquilo que não deu para fazer, mas com uma
enorme alegria pelo que foi realizado. E com Buenos Aires não foi diferente.
Aumentar para seis dias nos gratificou bastante.
Ficamos hospedados no Centro, na Calle
Florida, no hotel Howard Johnson. Hotel razoável, boa localização para uma
primeira experiência na cidade. Café da manhã nota 6, ou 7, elevadores super
lentos, quarto bom, grande. Da próxima vez quero ficar em Palermo, bairro que
adoramos, hotéis charmosinhos, vida noturna mais bacana, lojinhas tipo SoHo.
Logo na primeira noite fomos jantar em
Puerto Madero. Pegamos um taxi, super barato. Em 2010 a viagem a Buenos Aires
estava bem em conta para nós brasileiros. Hoje, dizem que encareceu bastante.
Adoramos Puerto Madero. Muito gostosinho caminhar ali pelos restaurantes.
Escolhemos o restaurante La Parolaccia, indicação de uma amiga do trabalho. Boa
opção.
Segundo informações colhidas no Guia da
Folha de São Paulo, “Puerto Madero armazenava grãos e produtos perecíveis na
fase áurea das exportações, em fins do século 19. Mas os estreitos molhes de
suas docas não comportavam grandes e modernos navios cargueiros e, entre 1911 e
1925 o Puerto Nuevo foi construído mais ao norte.”
Assim, houve o abandono de Puerto
Madero por mais de 50 anos. A partir dos anos 90 houve a revitalização da área.
Tornou-se bairro em 1998 e todas as suas ruas possuem nome de mulher. A ponte
acima, do arquiteto espanhol Santiago Calatrava é programa imperdível, chama-se
Puente de la Mujer.
Retornamos a Puerto Madero noutra
noite, mas penso que o passeio diurno também vale muito a pena. São muitas as
opções de restaurantes por ali, mas o imperdível, na minha opinião é o italiano
Sotto Voce, que inicialmente conhecemos em Recoleta.
No dia seguinte saímos para um city
tour pela cidade. Fazemos um certo esforço para realizar esse tipo de passeio.
Primeiro porque não gostamos de acordar cedo nas férias. Depois, porque não
gostamos de andar em grupos, com um guia. E por fim porque temos de nos adaptar
a um ritmo que não é o nosso. Todavia, resolvemos arriscar. Assim, teríamos uma
noção geral da cidade e depois faríamos com mais calma, já que tinhamos ainda
um bom tempo, aquilo de que mais gostássemos.
E fomos nós, não foi propriamente ruim.
Passamos pela Recoleta. Rapidamente por Palermo, (rapidamente mesmo, pois só
mais tarde fomos conhecer Palermo), La Boca e suas casas coloridas, o famoso
Caminito, aquela parte do centro, tipo Casa Rosada, etc. Vapt-Vupt. Por isso
que não gosto de excursões. A pessoa acha que conhece vários lugares mas não
conhece nada e sai contando por aí feito especialista.
O city tour terminou no bairro de San
Telmo, onde aos domingos ocorre uma feira de antiguidades. Ali nos despedimos e
tomamos nosso rumo. Gente, como estava cheio. É um espaço interessante, com
artistas de rua apresentando seu trabalho, músicos, dançarinos de tango, bem
bonito, mas bem lotado. Preparem-se.
As antiguidades? Bem, quanto as
antiguidades é preciso garimpar. Tem muita quinquilharia. Mas é um passeio
festivo. Dali da praça Dorrego, vc pega a Calle Defensa, também repleta de
antiquários. Ali, almoçamos no restaurante El Desnível, indicação de um blog.
Trata-se de uma autêntica churrascaria argentina, bem popular, bom preço, e
também bem lotada. Mas valeu a espera, a carne é ótima.
No retorno ao hotel, já no final de
tarde, demos uma passada na conhecida Galeria Pacífico, bem pertinho. Bem
bonita, com lojas conhecidas, a preços
razoáveis. Em especial, as lojas de roupas infantis Owoko e Cheeky. Lindinhas.
Ali na Galeria também pudemos trocar
moeda pois tem uma casa de câmbio. Aliás, tivemos um pouco de dificuldade já
que levamos apenas reais. Se tivéssemos levado dólares teria sido melhor.
Na segunda feira, fizemos um passeio
pela Recoleta. Pegamos um taxi rapidinho que nos deixou no Museu de Belas
Artes. Bem agradável. Tem um bom restaurante na parada para um cafezinho.
Dali passeamos a pé pelo bairro. A
Recoleta é outra boa opção de hospedagem, na minha opinião. Possui prédios
elegantes, ruas arborizadas. Uma boa idéia é seguir do Museu em direção à
Avenida Alvear, onde existe o Hotel de mesmo nome, lindíssimo e bem chique. É
um passeio agradável. Almoçamos no restaurante Sotto Voce localizado na Avenida
Del Libertador, 1098.
Do almoço pegamos um taxi e fomos ao
Shopping Abasto para pegar um cineminha, programa predileto aqui em casa e que
vem se tornando um hábito em nossas viagens. O Abasto é Shopping bem grande,
talvez o maior da cidade e onde se encontram as lojas de que estamos bem
acostumados, tipo Zara, Nike, Adidas, etc.
Na terça-feira fizemos um passeio bem
interessante na Província de Escobar, no Bio Parque Temaikén. Já havíamos
contratado o passeio desde o Brasil. E valeu muito a pena. É muito mais do que
conhecemos como zoológico. Os animais vivem como em seu habitat natural e a
estrutura do parque é excelente. Adoramos. Passeio para o dia inteiro.
Na quarta feira fomos para Palermo.
Iniciamos o passeio pelo Jardim Japonês. Belíssimo. Estava fazendo um lindo dia
e o parque é realmente uma ótima escolha.
Seguimos a pé pelo bairro, uma delícia
de lugar. Passamos pela Praça Alemã seguindo em direção ao Malba, Museu de Arte
Latinoamericana de Buenos Aires. Maravilhoso, e imperdível.
Dali, um taxi nos levou a região de
Palermo Soho, ficamos na Plaza Serrano, repleta de bares e restaurantes. Almoçamos
ali e fomos passear na região. Lojinhas, livrarias, cafés, um charme. Calle
Honduras, Calle Nicaragua, são ruas que vale a pena passear. Verifiquei que é
também uma região de hoteizinhos de charme que me fizeram pensar na próxima
vez.
Ali próximo, tem a região dos Outlets,
principalmente na Córdoba, Aguirre com Gurruchaga. Chegamos a ir no outlet da
Nike, Adidas, Puma e Levis. Mas sinceramente, não achei nada demais, e hoje,
conforme tenho ouvido, os preços não estão muito convidativos. De qualquer
forma é bom se informar nos hotéis.
Quinta feira foi nosso último dia
inteiro, já que retornaríamos na sexta. E então é aquele dia mais bagunçado, do
tipo fazer o que ficou faltando. E como disse, algumas coisas ficaram para
depois. Já deu pra perceber que não fazemos programas noturnos, no máximo um
restaurante com um bom Malbec. Logo, ficou de fora uma visita ao bairro de las
Canitas com boa vida noturna. Assim como os famosos shows de tango que achamos
que Lucas não iria curtir muito.
Na quinta aproveitamos para visitar a
livraria El Ateneo, belíssima, localizada dentro de um antigo teatro na Avenida
Santa Fé.
Foi uma ótima visita. Antes, porém o
almoço aconteceu no Restaurante Chiquilin, na esquina da Sarmiento com a
Montevideo. Comida excelente. Pedimos uma carne grelhada espetacular
acompanhada de palmito assado e batata gratinada. Além da cerveja argentina
para conhecer.
Mais tarde também não resistimos ao
sorvete de doce de leite Freddo. Sorvete que repetimos várias vezes ao longo da
viagem.
Pitstop no hotel e à noite retornamos
ao Sotto Voce, agora em Puerto Madero para fechar com chave de ouro nossa
viagem.
Na sexta pela manhã demos apenas um
voltinha ali mesmo na Calle Florida, parando no Havanna para comprar alfajor
para a família no Brasil.
Voamos de Aerolineas, sem problemas, e
com uma vantagem, descendo e subindo no aeroporto bem pertinho, o Aeroparque próximo
ao centro da cidade.












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