quinta-feira, 25 de julho de 2013

Buenos Aires Querido.

      Em março de 2010 fomos a Buenos Aires. A idéia inicial era passar 4 dias em Santiago, no Chile e mais 4 em Buenos Aires. No entanto, um terremoto recente no Chile, de proporções importantes adiou esse desejo e resolvemos aumentar Buenos Aires para seis dias.

        
         Foi um grande acerto. Na verdade, sempre que penso em viajar, meu desejo é de ficar mais dias em menos lugares. Gosto de andar mais devagar pela cidade, visitando lugares frequentados por seus moradores. Não gosto de correr, acordar cedo, fazer roteiros do tipo “bate e volta“.

        
         Quero tentar me apropriar da sensação de viver ali, se isso for possível. Poder conversar, sentar para almoçar sem pressa. Quando fomos a Europa em 2000, nossa única viagem à Europa, snif, snif, ficamos 28 dias em dois países. Poderíamos ter percorrido vários, mas a idéia era justamente essa, a de uma apropriação verdadeira, dessas que retém uma memória afetiva que levamos para toda a vida.

        
         E assim vamos construindo nossas viagens, sem nenhum sofrimento por aquilo que não deu para fazer, mas com uma enorme alegria pelo que foi realizado. E com Buenos Aires não foi diferente. Aumentar para seis dias nos gratificou bastante.

        
         Ficamos hospedados no Centro, na Calle Florida, no hotel Howard Johnson. Hotel razoável, boa localização para uma primeira experiência na cidade. Café da manhã nota 6, ou 7, elevadores super lentos, quarto bom, grande. Da próxima vez quero ficar em Palermo, bairro que adoramos, hotéis charmosinhos, vida noturna mais bacana, lojinhas tipo SoHo.

        
         Logo na primeira noite fomos jantar em Puerto Madero. Pegamos um taxi, super barato. Em 2010 a viagem a Buenos Aires estava bem em conta para nós brasileiros. Hoje, dizem que encareceu bastante. Adoramos Puerto Madero. Muito gostosinho caminhar ali pelos restaurantes. Escolhemos o restaurante La Parolaccia, indicação de uma amiga do trabalho. Boa opção.



         Segundo informações colhidas no Guia da Folha de São Paulo, “Puerto Madero armazenava grãos e produtos perecíveis na fase áurea das exportações, em fins do século 19. Mas os estreitos molhes de suas docas não comportavam grandes e modernos navios cargueiros e, entre 1911 e 1925 o Puerto Nuevo foi construído mais ao norte.”

         Assim, houve o abandono de Puerto Madero por mais de 50 anos. A partir dos anos 90 houve a revitalização da área. Tornou-se bairro em 1998 e todas as suas ruas possuem nome de mulher. A ponte acima, do arquiteto espanhol Santiago Calatrava é programa imperdível, chama-se Puente de la Mujer.

         Retornamos a Puerto Madero noutra noite, mas penso que o passeio diurno também vale muito a pena. São muitas as opções de restaurantes por ali, mas o imperdível, na minha opinião é o italiano Sotto Voce, que inicialmente conhecemos em Recoleta.

         No dia seguinte saímos para um city tour pela cidade. Fazemos um certo esforço para realizar esse tipo de passeio. Primeiro porque não gostamos de acordar cedo nas férias. Depois, porque não gostamos de andar em grupos, com um guia. E por fim porque temos de nos adaptar a um ritmo que não é o nosso. Todavia, resolvemos arriscar. Assim, teríamos uma noção geral da cidade e depois faríamos com mais calma, já que tinhamos ainda um bom tempo, aquilo de que mais gostássemos.



         E fomos nós, não foi propriamente ruim. Passamos pela Recoleta. Rapidamente por Palermo, (rapidamente mesmo, pois só mais tarde fomos conhecer Palermo), La Boca e suas casas coloridas, o famoso Caminito, aquela parte do centro, tipo Casa Rosada, etc. Vapt-Vupt. Por isso que não gosto de excursões. A pessoa acha que conhece vários lugares mas não conhece nada e sai contando por aí feito especialista.

         O city tour terminou no bairro de San Telmo, onde aos domingos ocorre uma feira de antiguidades. Ali nos despedimos e tomamos nosso rumo. Gente, como estava cheio. É um espaço interessante, com artistas de rua apresentando seu trabalho, músicos, dançarinos de tango, bem bonito, mas bem lotado. Preparem-se.

         As antiguidades? Bem, quanto as antiguidades é preciso garimpar. Tem muita quinquilharia. Mas é um passeio festivo. Dali da praça Dorrego, vc pega a Calle Defensa, também repleta de antiquários. Ali, almoçamos no restaurante El Desnível, indicação de um blog. Trata-se de uma autêntica churrascaria argentina, bem popular, bom preço, e também bem lotada. Mas valeu a espera, a carne é ótima.

         No retorno ao hotel, já no final de tarde, demos uma passada na conhecida Galeria Pacífico, bem pertinho. Bem bonita, com lojas  conhecidas, a preços razoáveis. Em especial, as lojas de roupas infantis Owoko e  Cheeky. Lindinhas.



         Ali na Galeria também pudemos trocar moeda pois tem uma casa de câmbio. Aliás, tivemos um pouco de dificuldade já que levamos apenas reais. Se tivéssemos levado dólares teria sido melhor.

         Na segunda feira, fizemos um passeio pela Recoleta. Pegamos um taxi rapidinho que nos deixou no Museu de Belas Artes. Bem agradável. Tem um bom restaurante na parada para um cafezinho.



         Dali passeamos a pé pelo bairro. A Recoleta é outra boa opção de hospedagem, na minha opinião. Possui prédios elegantes, ruas arborizadas. Uma boa idéia é seguir do Museu em direção à Avenida Alvear, onde existe o Hotel de mesmo nome, lindíssimo e bem chique. É um passeio agradável. Almoçamos no restaurante Sotto Voce localizado na Avenida Del Libertador, 1098.



         Do almoço pegamos um taxi e fomos ao Shopping Abasto para pegar um cineminha, programa predileto aqui em casa e que vem se tornando um hábito em nossas viagens. O Abasto é Shopping bem grande, talvez o maior da cidade e onde se encontram as lojas de que estamos bem acostumados, tipo Zara, Nike, Adidas, etc.



         Na terça-feira fizemos um passeio bem interessante na Província de Escobar, no Bio Parque Temaikén. Já havíamos contratado o passeio desde o Brasil. E valeu muito a pena. É muito mais do que conhecemos como zoológico. Os animais vivem como em seu habitat natural e a estrutura do parque é excelente. Adoramos. Passeio para o dia inteiro.

         Na quarta feira fomos para Palermo. Iniciamos o passeio pelo Jardim Japonês. Belíssimo. Estava fazendo um lindo dia e o parque é realmente uma ótima escolha.




        
         Seguimos a pé pelo bairro, uma delícia de lugar. Passamos pela Praça Alemã seguindo em direção ao Malba, Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires. Maravilhoso, e imperdível.




         Dali, um taxi nos levou a região de Palermo Soho, ficamos na Plaza Serrano, repleta de bares e restaurantes. Almoçamos ali e fomos passear na região. Lojinhas, livrarias, cafés, um charme. Calle Honduras, Calle Nicaragua, são ruas que vale a pena passear. Verifiquei que é também uma região de hoteizinhos de charme que me fizeram pensar na próxima vez.

         Ali próximo, tem a região dos Outlets, principalmente na Córdoba, Aguirre com Gurruchaga. Chegamos a ir no outlet da Nike, Adidas, Puma e Levis. Mas sinceramente, não achei nada demais, e hoje, conforme tenho ouvido, os preços não estão muito convidativos. De qualquer forma é bom se informar nos hotéis.

         Quinta feira foi nosso último dia inteiro, já que retornaríamos na sexta. E então é aquele dia mais bagunçado, do tipo fazer o que ficou faltando. E como disse, algumas coisas ficaram para depois. Já deu pra perceber que não fazemos programas noturnos, no máximo um restaurante com um bom Malbec. Logo, ficou de fora uma visita ao bairro de las Canitas com boa vida noturna. Assim como os famosos shows de tango que achamos que Lucas não iria curtir muito.

         Na quinta aproveitamos para visitar a livraria El Ateneo, belíssima, localizada dentro de um antigo teatro na Avenida Santa Fé.



         Foi uma ótima visita. Antes, porém o almoço aconteceu no Restaurante Chiquilin, na esquina da Sarmiento com a Montevideo. Comida excelente. Pedimos uma carne grelhada espetacular acompanhada de palmito assado e batata gratinada. Além da cerveja argentina para conhecer.



         Mais tarde também não resistimos ao sorvete de doce de leite Freddo. Sorvete que repetimos várias vezes ao longo da viagem.

         Pitstop no hotel e à noite retornamos ao Sotto Voce, agora em Puerto Madero para fechar com chave de ouro nossa viagem.

         Na sexta pela manhã demos apenas um voltinha ali mesmo na Calle Florida, parando no Havanna para comprar alfajor para a família no Brasil.

         Voamos de Aerolineas, sem problemas, e com uma vantagem, descendo e subindo no aeroporto bem pertinho, o Aeroparque próximo ao centro da cidade.


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